O homen que roubava rosas
Todos temos dentro de nós
Algo que ninguém conhece
Que tenta recuperar o tempo perdido
Outras vezes somos apenas bandidos
Em crimes que nos envelhece
Um homem andava por um jardim
Olhando atentamente cada rosa
Num interminável canteiro
Devagar, intenso, inteiro
Procurava pela mais cheirosa
Ele foi, há tempos, bandido de si
E também anjo de sua própria salvação
Hoje comete pequenos delitos
Alguns eu tenho visto
Isso me chama a atenção
Entra furtivo pelo jardim
Ele sabe o que faz
Quando já na madrugada
Escolhe a úmida rosa perfumada
E se vai sem olhar pra trás
Ele deve fazer alguém feliz
Ou essa rosa será colocada num lugar vazio
Há muito tempo eu esperei por uma
Em sonhos de bolhas de espuma
Debruçado num canto sozinho
J. Eduardo