Ambiguidade
Se nada mais falo, é por não saber o que penso.
Menos faço do que me convenço.
Nada adianto do que tenho passado.
Meu caminho é incerto, meu viver desatinado.
A busca não finda ao fim do dia.
A tarde custa muito a passar.
Minha boca fechada não revela o coração aberto,
desperto pelo desejo de um encontro permanente.
Estou presente, ela é distante, ausente.
E eu a amo mais que tudo, isso é certo.
Se nada mais sei, é por não falar o que sinto.
Mais é o que penso, quando deveria esquecer.
Meus impulsos gritam alto à minha agressividade,
tenho instintos que não cessam, vivo nessa ambiguidade,
a paixão que tenho por ela é o que me deixa apagado,
é o que me faz acender...