FRÊMITO
Alguma coisa agita,
O meu peito,
Não sei se é bonita,
A imagem ou seu jeito.
Alguma coisa persegue
O meu destino,
Não sei se nega
O seu dom felino.
Alguma coisa governa
O meu presente,
Não sei se na perna
Que está o rumo da gente.
Alguma coisa ampara
O meu dia a dia,
Não sei se é rara
Ou vulgar alegria.
Alguma coisa penetra
O meu osso,
Não sei se afeta,
O meu corpo ocioso.
Alguma coisa estimula,
O meu ofício,
Mas eu sei que acumula,
Anos de sacrifício.
1.984