O poema dela

Fiz esse teu poema lilás,

bem da cor dos teus desejos rubros,

cheios dos medos azuis de tua carne.

As cores escuras do teu doce cio,

esse que jamais se acaba,

pinta-me o corpo alvo e manso.

Eu beijo teus lábios serenos da cor do fogo vivo da vontade,

nas entranhas escuras dos teus interstícios,

tudo tão bem colorido entre nós dois.

Fazer amor contigo é um lindo castigo branco

que eu gosto tanto de ter e de criar,

nas cores desiguais dos nossos corpos distraídos.

Pinto-me muito bem em tua pele ávida de amor

cheia de pecado e graça apenas de uma corcomo outras cores não a imitam de verdade.

E, por fim, creio que mora entre nós, tão colorido,

um arco-íris embriagado de desejos cheio de cores lindas,

paridoras de cios extrovertidos que gostam de morar entre nós dois.

Lilás é mesmo a tua cor impúdica e bela,

cheia de portas e de janelas abertas ao meu coração

e das gaitadas gozozas que dás como perdão

a tudo o que eu te oferto com meus negros pecados.