Sem títuto...
Observação: Quando escrevia, minha filha
Mauren me perguntou: "Prá quem escreves?"
Disse-lhe que falava o meu "eu lírico"; neste
caso, "para ninguém". Ela me olhou, sorriu e
disse: "Eu sei pra quem! Deixa sem título!...
"Ele" vai ler e vai saber 'pra quem!'Afinal tu
sempre falaste nele... Era o Príncipe das
Histórias que me contavas! Tenho certeza
de que, se um dia eu o ver em algum lugar,
certamente o reconhecerei..."Assim...estou
"obedecendo minha filha..."
Eu fui menina mais tempo que devia
Pois acreditei que o amor era verdade!
E cri nas pessoas... Minha ingenuidade
Fez-me cega às maldades que o mundo traz consigo...
Acreditei, amei, fui transparente,
Mas quem amei, não sei se foi assim comigo...
Não lutou por mim com todas suas forças
E deixou-me... Hoje, talvez hoje seja amigo...
Fui mulher mais tempo que devia
Fui torrente de paixão, incandescia,
Ao mais breve toque deste seu olhar...
Sua voz me transportava com lascívia
Ao amor celta, de entrega e harmonia,
Profano e divino em seu deliciar...
Hoje de amor queimei-me. As cinzas
Talvez não queira soprar, com medo
De uma brasa quente ainda acordar...
Fujo do amor... Desacreditei nos homens
Generalizando talvez o particular...
Coloquei-me na redoma do impossível!
- Tenho certeza, NINGUÉM a irá quebrar...
Prefiro viver meus sonhos e lembranças
por mais saudade e dores que me tragam...
A solidão fez-se minha companheira
e há um rosto amado que sempre vou lembrar...
"Ele" está comigo, em minhas andanças...
Suas mãos vêm no vento e ainda me afagam...
Será minha lembrança derradeira...
- Não poderei viver sem o amar...