A nossa última noite de amor
A nossa última noite de amor
Beijes-me com teu mais doce beijo, meu amor,
Nesta nossa última noite de amor.
Não regateies teus mimos, não me negues mais nada;
Sejas minha como nunca o fizeste, de forma única, inusitada.
Faça de teu desejo soma de meu desejo - em nossa última noite de amor.
Quero reler a poesia da nossa primeira noite de amor refletida na negra luz de teu olhar,
A me contemplar com zelo materno, retido na prisão de teu pleno abraçar.
Que seja nossa última noite de amor tão, ou mais, encantadora que aquela primeira;
Que arraste em suas águas derradeiras qualquer vestígio de incômodo e inútil embaraço;
Que me faça sentir invadido por uma sensação de extático e puro enlevo, agasalhado na protetora redoma de teus braços.
Enfim, meu amor, traga para nossa última noite de amor o melhor que em teu ser existe enclausurado, que os teus véus me impedem de ver.
Ê eu te levarei como dote minha alma plena de sonhos, e deixarei em teu colo meu imenso amor, tão grande que nenhum oceano consegue conter.
Faremos então, meu amor, em nossa última noite de amor, em nossa clausura de encantamento,
O que só foi possível realizar em parcos momentos, a driblar constantemente inúmeros impedimentos,
A nossa noite de amor mais magistral, a condensar, neste frenético e definitivo ritual, a nossa promessa mais verdadeira...
... a promessa de nos amar, incondicionalmente, pela vida inteira.
O final de um sonho não deve ser triste. Se o sonho foi prazeroso, o despertar dele deve também nos fazer enxergar todo o espectro de cores que um luminoso Sol nos coloca a frente.
Vale do Paraíba, manhã do terceiro Sábado de Julho de 2009
João Bosco