Sonata ao Luar
De olhos semi cerrados...
pela suavidade impar e abstrata
desta magnífica sonata
brindo ao luar a beleza que emana
da presença que lampeja e anuncia
bem aqui ao meu lado
enquanto se achega cheiroso,
aproxima-se, calmamente, calado...
mordisca um lóbulo, acaricia
enquanto todo o resto se arrepia
pois sabia que você vinha
nesta noite o prazer é dedilhar
é ver-te preparando devagar,
enquanto me ouves tocar
nosso vinho, nosso lugar...
é semear no florido terreiro
seu cheiro comigo a se misturar
e vir completo...sem paredes
sem fronteiras a separar
vestir-te em versos, devagar
despir-te pra mim, ver-me ruborizar
mas na beleza de tudo, muito amar
selar, registrar a aurora que anuncia
e nem distingue, nesse novo dia
quem é que dorme, se aninha
no amanhecer em harmonia.