Enquanto houver madrugada

Nunca tive medo de nada, sempre fui frio como o gelo e silencioso como as sombras que me cercam.

Não tenho receio das verdades por mais dolorosas que possam parecer, não pense que eu sou pessimista, apenas me veja como um não otimista pois a muito perdi a capacidade de sorrir, justamente quando meus sonhos foram despedaçados.

Porém, contrariando toda e qualquer realidade que um dia possa ter existido, te conheci, em um dia qualquer num outono perdido, e nesse momento fui apresentado a um sentimento que outrora não tinha nem noção da sua existência, o medo, medo de te perder; medo de não sentir mais teu calor pois agora não há mais saída, e tudo que me resta é o teu sorriso.

Veja bem, eu não deveria me orgulhar disso, pois sei, que possuo todas as coisas as quais por natureza você deveria odiar.

É como se uma fada, doce e inocente tivesse se apaixonado por um vampiro, cruel e sem coração.

e foi quando você sugeriu que iria embora que eu notei o quanto que eu te amava, não me leve a mal, acontece que devido ao meu coração de pedra não estou acostumado a ter sentimentos, mas, quando me olhasse e viraste as costas, embora não tenha dito nada, para mim, foram como palavras soturnas, proferidas em quase um segundo, e é claro que eu não poderia te deixar ir pois o pouco de vida que me resta é por sua causa, se meu coração ainda bate é porque ele bate por ti, e se me disserem que só temos mais uma noite juntos eu sorrirei e direi em alto e bom som que essa madrugada será eterna.

Darlan Lima
Enviado por Darlan Lima em 18/09/2009
Código do texto: T1817917