Espectro vivo


A calçada era arrefecida e tediosa
Triste, conversava com sua árvore maviosa
Uma deusa apontou, mãos soltas ao vento
Balançando-as em um imaculado desfilar lento

Pelo anil celeste o esparso eflúvio
Eu cheirava, tal qual um viciado perdido
Hipnotizado neste doce e venenoso dilúvio
De lavas cálidas de fruto proibido

Olhar castanho em brilho flutuante
De uma esperança brotada neste instante
Coração esfaqueado pela paixão desregrada
Suplicando a alforria a esta alma aprisionada

Mas a história findou, sem início e meios
Levando-a para longe da calçada, talvez até a eternidade
Sem nunca descobrir minha prece apaixonada, ó enigmática beldade
Consolando-me apenas a noite, na memória de meus devaneios


Olá Recantistas!
Essa poesia faz parte do meu livro intitulado "Lunático", o qual foi lançado em Fevereiro de 2009 e pode ser adquirido pelo contato deixado neste site.

Obrigado,

Evandro Luis Mezadri