Viagem em desamor

Do paraíso ao inferno,

a pé fui,

voando vim...

sem um deus ou um diabo.

Luzes sombreadas no lilás de tudo,

como se o não-mundo fosse o mundo

e eu satânica dor que dói guardada.

Paro e penso e vivo e choro,

gargalhando algum amor inodoro,

entre loucos paladares de um susto.

Há amores que sobrevivem céticos,

outros que de tanto sobreviverem são perversos

e perpetuam dores tristes,

como se o que existe pudesse ser eterno.