Tristesse...
Quando as gaivotas voam para longe
E os pássaros migram para o sul,
A alma se reveste de grandes silêncios...
As praias desertas se tornam imensas
E um coração chora sabendo por que...
As águas geladas trazem sonhos adversos
E lembranças que teimam e não se deixam esquecer...
Nos dias cinzentos, cinzento se torna
O mar que era azul em claras manhãs...
Meus sonhos? Eu os quero todos imersos
Mas eles não atendem e se fazem saber...
Caminho... O frio das manhãs deste inverno
Não quer sair nem abre passagem
Para a expectativa da estação das flores que advém
Da próxima estação, das cores, odores,
Onde a vida refaz-se na esperança de um bem...
Onde a esperança se faz num doce sorriso,
Num triste sorriso, mas num sorriso se faz...
Na areia da praia meus pés deixam marcas
Como te chamando na saudade que vem...
Mas não me adianta marcar o caminho:
O gelo das águas e o frio das ondas
Apaga as marcas... E o reencontro não vem...
Caminho... Até quando?... Meu Deus, eu não sei!...
Mas parada não fico... Vou caminhando além...
Além destas praias, além de mim mesma,
Além desta força que me impele também...
Aonde irei?...
Nem eu sei...
- Enquanto houver vida eu caminharei...