Dezessete

Do verde da tua roupa

De um clima tão, tão singular

Sob dia de sol tão claro

Hoje perfeita lembrança

Largo sorriso, coração tão cheio

Te encontro assim

Um carro, uma garrafa e nada mais

Emoção, tantas notas, melodias

E então tudo mais

Em noite que chega depressa

À tirania do relógio

Inesquecível como só sabe

Aquele que conheceu a paixão

E viu no simples olhar o infinito do infinito

E conheceu no beijo

E nas testas recostadas

A realização de um sonho

E reconheceu no fechar dos olhos o divino

A plenitude

Generoso presente do destino

E no abraço penetrou o mais fundo da alma

De todas as almas, de todas as vidas

E sentiu ao menor toque desejo imensurável

De viver muito, de viver tudo

E o tudo pareceu tão pouco

Porque o amor é de tamanho desmedido

E não cabe num dia só, num beijo só

E naquela noite ele veio imenso assim

E mostrou o que ele sempre mostra

Que não há razão que reste

Que não há desejo que aquiete

Que não há fuga

Pra norte, sul ou leste

Que o coração é marionete

Ai, que até dói lembrar!

O céu se encheu de confete

E o dia era dezessete