Banho na chuva


Banho na chuva

Meu corpo nu
Molhou-se por inteiro
Nos pingos grossos
Da chuva que caía...

E foi assim que um dia
Corri para a porta
Da casa da fazenda...
Já era hora morta!

Meu corpo trêmulo
Saiu sem disfarce
Mergulhou nas enxurradas
De águas barrentas e agitadas.

E o vento frio
Da noite que morria
Deixava fria a chuva que caía
No meu corpo esguio!

No leito do pátio encharcado
Um vulto surgiu inteiro
Era um encontro inusitado
Do meu amor primeiro.

Na madrugada que me viu sem jeito
Sem vozes para me despertar
Fechou o silêncio! Veio um beijo...
E o amor nos corpos a dançar.