Leveza

Leveza sublime que borbulha

flores pelo arbusto andante,

minh’alma ri,levita e espalha

perfume liberto transpirante!

Uma força d’encanto misterioso

pendura no céu as montanhas,

cujas raízes grossas e tamanhas

erguem este meu lar choroso

de suplicar ávida que me ames,

para não deixar o coração sangrar

toda a esperança dos perfumes,

haja uma noite nova a singrar!,

se não,melhor seria perder-me

para a noturnidade em seu cume

com cada esperança adormecida

a reflorescer noutra estiada!

Leveza me da teu olhar pensado,

com uma lágrima quieta a orvalhar

meu sonho de pedra desesperado,

cujo último suspiro tenta espalhar!,

para contemplar as flores chovidas

encharcando e ungindo nossas vidas

dando adeus à ansiedade dos esperares

é chegado tempo de crescerem os mares!

Santos-SP-24/06/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 24/06/2006
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