Jussara no barco azul...

Tudo agora estava diferente neste barco azul,
porque você hoje estava aqui como um brilho,
que me faltava para alcançar tuas lembranças.

O barco se chamava azul porque ele era azul,
mas eu estava pensando em alterar esse nome,
só porque você não tinha vindo mais até aqui.

Pondo teu nome nele você sempre estaria aqui.
Então raspei todas as letras escritas em branco,
e com cuidado logo depois fui pintando teu nome.

Demorei para pintar porque queria tudo bonito.
Agora sim ...este barco já tinha algo de saudade,
porque teu nome era mesmo essa recordação.

Afastei-me para ver como  teu nome ficava de longe,
e gostei muito de ler Jussara...em letras brancas.
Hum...uma vez você me contou o que significava.

Era num pôr-de-sol que você me disse que era
descendente dos tupis...de onde vinha esse teu nome,
e que queria dizer ...tudo aquilo que  tem espinhos.

Claro que num sentido figurado porque pelo menos,
você só me arranhava com eles de vez em quando
quando o sol queimava as nossas peles neste barco.

Espinhos eram tuas unhas sempre bem cuidadas,
e eu gostava quando pintava na cor de tua paixão,
esse vermelho mais escuro lembrando maçã madura.

Quatro horas depois a tinta secara no sol bem forte,
e lá estava teu nome Jussara , que também queria
dizer:  mulher que gosta de se manter de igual para

igual em qualquer disputa, mas  sendo  bem suave,
mostrando sempre que não é melhor e nem pior do
que ninguém e de mente sempre aberta às coisas.

Hum...agitadinha você e nunca te via estar paradona,
porque amava estudar, ler,e também sair viajando.
Ah...e tua paixao ´pela vida é claro que me recordo...

Ela estudava tudo...desde Yoga até tudo sobre beijos,
e eu que quase nada sabia sobre os nomes de beijos,
hoje posso dizer que me lembro daqueles que aprendi.

E como era perfeccionista queria na prática tudo o que
constava do seu livro de beijos...hum...quantos me deu,
quantos beijos...Hum....Jussara a que sabia de tudo.

Minha linda portuguesa misturada com os índios tupis
e também com africanos que aqui chegaram a milhares
Hum...minha Jussara morena escura...quase uma noite.

Agora tenho de puxar esse barco para cima das areias
O esforço é grande...Antes a Jussara até me ajudava,
mas agora todo o esforço sobrou mesmo é para mim.

Já sobre os roletes de madeira retiro de dentro os remos
Dou mais uma olhada para ver se não esqueci de nada
Não..não esqueci nada mesmo...

Só não esqueci da Jussara.
Agora não vou mais esquecê-la.
Meio de longe olho para trás.

O nome de Jussara brilha novinho.
Então  sorrio.
Semana que vem ela chega de viagem.

Ela vai adorar seu nome no barco.
Ah...vai sim...
Adoro a Jussara.

Aiiii...que saudade...


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Poesia que fiz em 16-09-09 às 17.30 h em SP
Lua minguante – lindo sol  -  25 graus
Beijos e abraços para você...boa quinta... [scanner]
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