A Rosa e o Cravo
Uma Rosa e seus espinhos e sua cor escarlate
Sua presença marcante, tão segura e provocante
Temida por outras flores, desde as simples Margaridas
até um Girassol arrogante...
Que quase sempre lhe dizia, oh! Rosa atrevida Rosa
Não queira sempre brilhar, fui pintado por Van Gogh
e tenho a quem reclamar...
Foi reinando absoluta, até o Cravo chegar,
Imponente e sedutor, espécie única entre, Hibiscos,
Gerânios e Dentes de Leôes...
Curioso ele ria, das Onze horas, que só floria e morria
por volta do meio-dia. A noite ele sentia um perfume
tentador. Inebriado, ele não entendia porque ao
amanhecer do dia, ele não mais o sentia
Era a tal Dama da Noite, que ele nem conhecia...
Mas a Rosa estava lá, ele quase não a via, e seu
perfume suave ele sequer percebia, se outra flor
se aproximasse com seus espinhos as afastava...
A Rosa muito carente foi ao encontro do Cravo
Se aproximou devagar, ele ficou encantado
Mas foi logo lhe avisando, fique quieta no seu
canto, não tenho medo de espinhos, mesmo
que eu não os tenha, posso até lhe machucar...
Ela muito atrevida prontamente respondeu, se não
tens medo de espinhos, o que terás a perder?
Com meu perfume suave, posso até lhe surpreender...
A Rosa ficou por perto, quando o sol esquentava, ela
lhe fazia sombra e quando a chuva caia, ela retinha
os pingos e só o orvalho ele sentia, e assim o protegia...
E o tempo foi passando, muitas coisas acontecendo
O jardim tão belo outrora, foi se desvanecendo
O Cravo foi arrancado e a Rosa lhe acompanhou
O jardim ficou tão triste, que a primavera chorou
Perdeu a Rosa tão bela e o Cravo que a encantou.
Em outros jardins distantes, a aventura não parou
Entre sorrisos e lágrimas, unidos ou separados
Estão sempre apaixonados, pois o encanto
não acabou...
Tempestades e calmarias, mas talvez quem sabe um
dia, eles encontrem a paz, na sombra de um limoeiro
ou debaixo dos laranjais.