ÚMIDO MOMENTO
E a chuva que cai,
Molha o meu rosto,
Qual vento de agosto
Invade a minha pessoa.
E o pranto que cai,
Molha a minha face,
E mais que disfarce
Faz-se esforço à toa.
E a água que cai,
Molha o meu ventre,
Qual boa semente,
Que traz a esperança.
E o suor que cai,
Molha o meu solo,
Qual desejoso colo,
Na ambição da criança.
E a lágrima que cai,
Molha a minha tristeza,
Qual imensa frieza,
Nos braços da mulher.
E o orvalho que cai,
Molha a minha flor,
Qual ilusão da cor,
No injusto mal-me-quer.
1.984