Flecha no Alvo
Um olhar, tal como um falcão em vôo, encontra, repentinamente, outro olhar.
Há uma química cúmplice, algo que em simples palavras não se pode expressar.
É o reino dos gestos, do meneio de corpo, do frio no estômago – da falta de ar.
É desejo urgente, que mexe com a gente, que nos faz sentir vivos – é hora de amar.
Quando surge este rei, guerreiro tão forte, nos deixa sem Norte – à deriva no mar.
Um corpo na cama, devasso nos chama, com olhar sorrateiro - um sorriso ligeiro, promessa nos faz
De amores candentes e gozos infindos. As narinas frementes, a pressa revela – não mais pode esperar.
É aqui e agora! Já passa da hora, o fogo nos queima, avassala e devora – é fome demais.
Uma posse bem rija, máscula e potente, subjuga a fêmea que sorri – um sorriso contente.
No momento maior deste mágico conflito, um beijo sufoca o grito – um gemer afagado se escuta baixinho.
Um abraço apertado, um carinho nos cabelos e um deitar lado a lado - em conchinha – é o maior dos carinhos.
Vale a pena ser Homem, consciente e viril, para amar uma mulher com força e calor – com unhas e dentes.
Perceber a magia que existe na vida e se dar sem reservas – ter paixão no que faz – ter ternura e sentimento.
A mulher é uma dádiva que nos vem completar, é um templo divino - dedicado ao amor, ao enamoramento.
O homem fala da dor com muito mais propriedade do que uma mulher. Mas, quando se trata de êxtase, de orgasmo, só a mulher pode expressar este estágio em todo seu esplendor... “Cherchez la femme, pardieu! cherchez la femme! Alexandre Dumas”
Vale do Paraíba, noite da segunda Quarta-Feira de Fevereiro de 2009
João Bosco (Aprendiz de poeta)