À MEIA NOITE
Muitas luzes acesas, incertezas
Muitas ruas, verdades cruas
Sem ninguém, igual ao ontem
Desoladas são todas as madrugadas
Vivendo em vão, sem chão
Sem compromisso, longe do paraíso
Um beijo é mais do que um desejo
Mais uma estranha na minha cama
Ainda desolada, a madrugada
Mais uma dor no eterno torpor
Uma luz que se apaga no nada
Então vem o açoite à meia noite
Suco de limão e uma oração
Para curar a ressaca, a desgraça
No amanhecer ao entardecer
Sonhando com paixão, uma ilusão
Hoje irei caminhar pelo mesmo lugar
Onde me consomem como o ontem
As mesmas ruas, as mesmas mulheres nuas
Tanta ilusão acalentando meu coração
Até parecia um outro dia
Mas são os mesmos rostos, os mesmos gostos
Tudo se torna deserto e tão incerto
A mesma estranha e suas velhas manhas
Depois de algumas doses e algumas poses
O adeus é certo e a madrugada incerta
Perdi minha escolta e estou de volta
A mais um açoite à meia noite