À MEIA NOITE

Muitas luzes acesas, incertezas

Muitas ruas, verdades cruas

Sem ninguém, igual ao ontem

Desoladas são todas as madrugadas

Vivendo em vão, sem chão

Sem compromisso, longe do paraíso

Um beijo é mais do que um desejo

Mais uma estranha na minha cama

Ainda desolada, a madrugada

Mais uma dor no eterno torpor

Uma luz que se apaga no nada

Então vem o açoite à meia noite

Suco de limão e uma oração

Para curar a ressaca, a desgraça

No amanhecer ao entardecer

Sonhando com paixão, uma ilusão

Hoje irei caminhar pelo mesmo lugar

Onde me consomem como o ontem

As mesmas ruas, as mesmas mulheres nuas

Tanta ilusão acalentando meu coração

Até parecia um outro dia

Mas são os mesmos rostos, os mesmos gostos

Tudo se torna deserto e tão incerto

A mesma estranha e suas velhas manhas

Depois de algumas doses e algumas poses

O adeus é certo e a madrugada incerta

Perdi minha escolta e estou de volta

A mais um açoite à meia noite

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 16/09/2009
Código do texto: T1813291
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