ABISMOS SILENCIOSOS
Vou falar de abismos silenciosos
Pois meus pés estão numa borda
E antes que arrebente a corda
Onde amarro meus sonhos dolorosos
Preciso falar destes abismos
Que rapidamente surgem
Diante de nossos olhos entorpecidos
Que nos enganam como miragens
Que são frutos obscuros
De todas as nossas fantasias
De todos os nossos muros
De todas as nossas agonias
Que estão diante de nossos ombros
Que nada mais são os escombros
De nossos amores esquecidos
De nossos torpores vividos
E na luz com seus raios vaporosos
Escuto as lágrimas tocarem o chão
Lembrando dos amores dispendiosos
Que arrasaram meu coração
E na noite com todo seu orvalho
Diante da falta de romantismo
É quando a vida segue por atalhos
É quando caímos nestes abismos