FLOR DO AMOR
Guida Linhares

Em uma tarde, sentada à margem de um rio
olhava as águas rolarem por entre os seixos
desviando-se graciosamente em seu bailado
refrescante, sereno e ondulante.

Nenhum pensamento, apenas o olhar
acompanhando aquele movimento vital, obedecendo
ao ritmo da soberana natureza.
Mas a emoção chegou e os olhos marejaram

Nas águas, uma singela margarida boiava,
despetalada, com o miolo amarelo vibrante...
Percebi que a única pétala estava firme,
apesar dos tropeços aqui e ali, entre as pedras do rio.

Imaginei a Flor do Amor colhida com todas as pétalas
e depois uma a uma vão caindo, até que a última feneça!
E a maravilha do poder reconstrutivo da mãe natureza

faz com que renasçam outras margaridas, efêmeras sim,
mas serão o colírio dos olhos de quem as colhê-las,
com o coração cheio de amor e beleza.

Santos/SP

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