Exílio
Exílio
Sem suas mãos
Falta-me a estabilidade
Da paixão transpirada
Corrompida
Pela vastidão do amor
Negado pela burrice
Da distância
Meu travesseiro conhece
A escassez da longitude
De seus dedos.
Encharcado
Soluça comigo
Cúmplice mudo da dor.
Sem sua boca
Sinto-me sem voz
Sem motivo para o batom
Sufocada por uma canção
Omitida
Frágil segredo
Guardado para ti
Não há outra voz
Que me entorpeça
Outra qualquer
Só desalenta
Efêmera
Sadista
Plagiam a fantasia
Do desejo de ouvi-lo
Mais uma vez
Não há outro toque
Que me encante
Nem condão que me desperte
Se a tua pele tange
Meu corpo
Ávido
Desesperado
Por um veio que seja
De ti
Desamparei o orgulho
Para rogar que voltes
Abandonei a ilusão
De deslembrar-te.
Apenas uma convicção
Alenta-me
A crença de que
Também não me esqueceu.
Adriana Kairos