Exílio

Exílio

Sem suas mãos

Falta-me a estabilidade

Da paixão transpirada

Corrompida

Pela vastidão do amor

Negado pela burrice

Da distância

Meu travesseiro conhece

A escassez da longitude

De seus dedos.

Encharcado

Soluça comigo

Cúmplice mudo da dor.

Sem sua boca

Sinto-me sem voz

Sem motivo para o batom

Sufocada por uma canção

Omitida

Frágil segredo

Guardado para ti

Não há outra voz

Que me entorpeça

Outra qualquer

Só desalenta

Efêmera

Sadista

Plagiam a fantasia

Do desejo de ouvi-lo

Mais uma vez

Não há outro toque

Que me encante

Nem condão que me desperte

Se a tua pele tange

Meu corpo

Ávido

Desesperado

Por um veio que seja

De ti

Desamparei o orgulho

Para rogar que voltes

Abandonei a ilusão

De deslembrar-te.

Apenas uma convicção

Alenta-me

A crença de que

Também não me esqueceu.

Adriana Kairos

Adriana Kairos
Enviado por Adriana Kairos em 15/09/2009
Código do texto: T1811615
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