Velho violão
Conchegava-se a fresca da noitinha
ao portal da minha querência
onde debruçava um violão que vinha
me acompanhando na vida a eflorescência.
Desafinado, me olhava das trevas do tempo
condoído pela dor que o peito me resserra,
como se quizesse, nas cordas, me passar alento,
me esbrasear a alma, quedar-me nessa terra.
Nas minhas penas, o mais sincero confidente;
quando eu flanava, desatinado e intranquilo,
um acorde no silêncio atroz se fez latente.
Hoje, uma trenodia no violão se faz presente
e não me importo mais se não ouví-lo,
pois vou me aquerenciar num som onipotente.