SEARAS

No coração que te guarda em abrigo,

ceifas o joio que medra no trigo

e às manhãs, libertas em revoadas

centenas de avezinhas encantadas.

E contentes elas saem a coroar

todo o céu do viver de meu sonhar

e lançam sobre o chão sementes raras

que germinam em fartura nas searas.

Essas aves tão alegres, pequeninas

vibram asas conduzindo os meus dias

entre os sóis de uma linda sinfonia.

Mas temo que as manhãs assim meninas

se apartam deste sonho que dominas.

Não quero mais a dor das noites frias!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 15/09/2009
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T1811095
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