SEARAS
No coração que te guarda em abrigo,
ceifas o joio que medra no trigo
e às manhãs, libertas em revoadas
centenas de avezinhas encantadas.
E contentes elas saem a coroar
todo o céu do viver de meu sonhar
e lançam sobre o chão sementes raras
que germinam em fartura nas searas.
Essas aves tão alegres, pequeninas
vibram asas conduzindo os meus dias
entre os sóis de uma linda sinfonia.
Mas temo que as manhãs assim meninas
se apartam deste sonho que dominas.
Não quero mais a dor das noites frias!