Tenho visto, tenho ouvido;
O planeta pede socorro!
É o que ouço; e, no entanto!...
De nada disso eu sei;
E eu, o homem,
E ela a baleia azul,
E ele o lobo marinho,
E ela dona calota polar,
Pedem carinho, proteção.
E ele menino, nascido no mangue
Acordado no sangue,
Comendo com os olhos, o biscoito
Do egoistico discurso apoteótico ocidental,
Pede carinho:
Um pronto socorro,
Uma cura para sua chaga.
Os lábios em murmúrios, não afetam
A natureza morta pintada pelo abandono
Dele menino da cadela – favela,
Possuída por licantropos e roedores
Eleitos por ela dona miséria;
Homens do ano representantes legítimos
Desta falência ilegítima.
Quem pede socorro? O planeta?
Eu!... Peço socorro - Estou morrendo
Embebam o tecido em vinagre
Dêem-me do que beber!...
Quem me recebeu? Quem me protegeu?
Quem me despede; e aponta a porta de saída?
O planeta!... Este aguarda, reciclando o lixo!
E tu com isso?
Urbano – elemento!
És bem da natureza? Então me abrace; conforte-me,
Quando eu passar;
Bendiga o urso polar que no meu peito dorme,
Também quero minha reserva de vida e proteção!