VERSOS SÃO VÍCIOS...

Compor versos é o vício oriundo da vicissitude

Que nos possui e domina no auge da inquietude

Sem pé nem cabeça, sem aviso ou sem indício

Chega como ópio e nos inebria desde o início

Nutridos da sede viva e urgente de expressão

Famintos buscam nos labirintos palavras em ação

Eles nascem, brotam do ar, do mar e da quietude

Plenos explodem a seiva da mais nobre virtude

Córrego límpido onde flui paz amor ou saudade

Com a força libertária busca o rumo da felicidade

Tudo é levado e lavado pela correnteza do sentir

Caminham, tateiam e sussurram elos com a verdade

Deslizando pelo peito, ora calmo, ora conturbado

Mundos plenos de sonhos e miragens fascinantes

Transpondo paisagens, margeando o pensamento

Nada segura o intento do avassalador alumbramento

É a iluminação livre da manifestação do sentimento

Imagens e mensagens chegadas como profecias

São transmitidas num código genético como vias

Transformados em dor, amor, tristeza e alegria

Assim o saber se consolidará em todos os dias

E em dores de parto, sentidas e logo esquecidas

Guardadas nos arquétipos culturais da memória

O relâmpago iluminando o epicentro do Vesúvio

Numa reunião dos deuses ajustando os parafusos

Ou o belo corcel em fuga mágica planando no ar

Com namorados em beijos e suspiros dados ao luar

Apressados como cúmplices apaixonados a abraçar

Vai precipitar-se tal cachoeira em sonoro dilúvio

Navegam suas dores e prantos jogados ao vento

Harmoniosos e sinfônicos derretem seus lamentos

Em RECANTOS e MURAIS, eles nos convidam a sonhar

Transmitindo emoção e catarse, propiciam sintonias

Imortalizam o amor e a dor que há nas belas poesias...

Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 13/09/2009
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T1808598