LUA CHEIA
Sinto em teu olhar que percebes meu olhar
Teus olhos riem a insinuar-me
revelam a satisfação de olhar
no meu olhar
a passear pelo teu corpo formoso
e de ti vejo derramar o mesmo desejo
de nossos corpos que de longe se abraçam
e nos invade em palavras silenciosas
que ardem feito chamas
pólvora acesa que nos assola
incendeia preste a explodir !
Nossos olhos se entreolham
em ameaças ingênuas de quem se deseja
e no meio do caminho de detém sem saber
por quê?
Por um triz tuas mãos me acenaram
e trêmulo baixei os olhos
temi ver nos teus o mesmo desejo
a mesma expressão selvagem
que nos detém numa jaula de medos...
Sem disfarses
deixamos que um do outro despisse a alma
o corpo... a aurea ...
e que vertesse do pensamento anônimo
todos os segredos
como se fossemos um do outro
a "Lua sempre cheia", sempre nova !
e o outro
o timido sol do entardecer !
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Por vezes nem o poeta sabe ao certo explicar
a inspiração. (lendo a poetiza LuaSempreCheia.)