LUA CHEIA

Sinto em teu olhar que percebes meu olhar

Teus olhos riem a insinuar-me

revelam a satisfação de olhar

no meu olhar

a passear pelo teu corpo formoso

e de ti vejo derramar o mesmo desejo

de nossos corpos que de longe se abraçam

e nos invade em palavras silenciosas

que ardem feito chamas

pólvora acesa que nos assola

incendeia preste a explodir !

Nossos olhos se entreolham

em ameaças ingênuas de quem se deseja

e no meio do caminho de detém sem saber

por quê?

Por um triz tuas mãos me acenaram

e trêmulo baixei os olhos

temi ver nos teus o mesmo desejo

a mesma expressão selvagem

que nos detém numa jaula de medos...

Sem disfarses

deixamos que um do outro despisse a alma

o corpo... a aurea ...

e que vertesse do pensamento anônimo

todos os segredos

como se fossemos um do outro

a "Lua sempre cheia", sempre nova !

e o outro

o timido sol do entardecer !

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Por vezes nem o poeta sabe ao certo explicar

a inspiração. (lendo a poetiza LuaSempreCheia.)

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 13/09/2009
Reeditado em 26/11/2009
Código do texto: T1808083
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