ESTRANHO JEITO DE GOSTAR

É deste não gostar que eu gosto

Este querer que não quero

Mas que sempre me submeto

Estes desentendimentos que nos une

Estas palavras que nos prende

Onde tudo se resume

Nas ironias da nossa história

Que se tornam piadas sempre com retóricas

Este desejo sempre reprimido

Pedindo para ser consumido

Na chama de uma discussão

É saber que não deve ser

Mas continuar sem saber

Insistindo no querer

É brigar com você

E ao mesmo tempo te querer

Te cobrar palavras

E desejar silenciá-las com um beijo

Se esquecer dos conceitos

Viver o momento

Para quebrar os preceitos

É odiar e amar

E não conseguir distanciar

Ter vontade de gritar

De mandar você pastar

E sucumbir num olhar

Se dilacerar com raiva

De calar a boca com as mãos

E ouvir apenas o palpitar do coração

Desistir das concepções

Para sentir as emoções

Se esquecer de si

Para lembrar-se de ti

Ter raiva e ter certeza...

Deste não gostar que eu gosto

Este querer que não quero

Mas que sempre me submeto

Fernanda Alves

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 12/09/2009
Código do texto: T1806131
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