Renascimento
Gosto de te amar pela manhã
quando despertas lânguida e pura,
quando ninguém ainda te viu
e os meus olhos te descobrem,
nascida com o dia,
trêmula de luz entre os lençóis,
para que eu saiba de ti antes de todos.
Depois te perco,
vais viver em outras vidas,
outros olhos se encantam
com o fascínio que exerces.
Sei do pânico que causas
aos olhares que te fitam,
aos que em mim te desconhecem
e me furtam primaveras
toda vez que tu sorris.
Gosto de te amar pela manhã
quando nada, além de nós,
tange o arco da aurora.
Quando saio do teu ventre
Para que me dês a luz...