Esperança

Há de se sangrar a alma,

Na busca enlouquecida, sofrida,

Do teu sorriso quente,

Da tua boca doce, adormecida,

Com o beijo ardente, fremente

Que sei que, a ti, não dei.

Há de se sangrar a alma,

Com o gosto amargo de ter

Um desejo incontido, temido,

Não resolvido e perdido

Na imensidão do querer...

Há de se sangrar a alma,

E até desfalecer,

Na dor do te encontrar

E não poder te olhar,

E não poder te ver;

No estar entrelaçada em ti

E, em ti, não poder estar,

E, em ti, não poder ser...

Mas há de se curar a alma,

Com tua presença mágica,

Com tuas palavras-sonho,

Com teu ardente olhar...

E há de se acabar com essa agonia,

Com essa longa espera, que angustia,

Em mim, um dia, há de se findar...

Do olhar-névoa restará nem a saudade...

Olhar-estrela, olhar-encontro,

Olhar-mesma-direção,

São esses os olhares que ficarão...

SueliFajardo
Enviado por SueliFajardo em 22/06/2006
Código do texto: T180414
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