Redenção.
Se não fui o bastante nesta hora,
crava este punhal que tens na mão em meu peito agora.
O amor a ti rendido foi mísero?
Arranca minhas vísceras e as expõe no tapete da sala.
Meu corpo ficou fechado ao teu?
Separa-o com o machado no tronco da árvore, plantada no quintal.
Fingi prazer ao teu desejo?
Esbofeta meu rosto suado que te oferece a face cançada.
Este ser que agora clama não te deu o gozo necessário?
Dá-lhe pontapés e socos estrondosos.
Feichei-te as portas para que não entrasses?
Agride-me, então, atroz e ferrozmente, com ódio de inimigo de guerra.
Fui cínica em minha lacívia atuante?
Apedreja meu ventre fértil que fecunda tua semente.
Não jorrei água pura e cristalina da fonte que te mata a sede seca?
Queima-me viva no colchão onde acabamos de deitar.
Se vês em mim fingimento e traição,
Toma teus bens e me abandona, em minhas misérias amargas.
Se eu não te amei em nosso leito sagrado,
Sela minha vida calada em teus braços, nua e tua.
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.................... Agora...
Se não provas minha culpa nestas indagações humilhadas,
ajoelha-te aos meus pés, reles mortal, rasteje piedade, suplica meu divino perdão e me jures amor eterno,
porque julgastes, indigno, tudo o que VÓS cometestes nas minhas costas.
Eu não me rebaixo como tu.
És dependente do meu ser, como criança ao seio da mãe.
Tu atendes pela raça "homem".
Mas eu não sou você.
!!!!!!!!!!!!!!!!!Silêncio!!!!!!!!!!!!!!!!
Tua dona fala.
Quem manda aqui sou eu. Porque meu nome é:
"MULHER!!!"...