Jamais

Jamais

Nenhuma fonte aplaca minha infinita sede

Não há local que sirva para montar minha rede

Amanhece mas o sol não vem

Encaro a multidão e não vejo ninguém.

Tudo parece um quebra-cabeça sem solução

Não há sentido no sim, mas também não há no não

Sinto-me apático, sem esboçar qualquer reação

Resignado objeto da antiga maldição.

Amei demais e fui expulso do paraíso

Quebrei todas as regras por um simples sorriso

Rasguei os tabus e violei os pecados

Agora me restam os cacos quebrados...

Inebriado, ignorei todos os sinais

Vi-me sozinho, chorando no cais

Remoendo e sofrendo pelo que não volta mais

Com a dor da certeza que você não voltará jamais.

Leonardo Andrade