Sepulcros

Domingo, manhã, chove fino

Sobre os sepulcros, sentado estou

Chove tão lento que posso ouvir cada pingo caindo

Estou tão tranqüilo que não penso sequer pra onde vou

Há uma paz verde nas árvores da manhã

Aberrante ablação em contraste à tal

Um perfume de canela e maçã

Sou mais uma vida neste local

Vivo uma ablução universal

E minha alma, ablutomaníaca

Abnegando meu aboio astral

Funde-se à mais pura metafísica

Eis que beijo teus lábios!

Num devaneio que me projeta

Diretamente pros teus braços

Numa astral ponte aérea

Se fosses tu, minha matrona

Matizando minha cinzelada vida

Talvez, não fosses tão mediana

Serias uma romântica assumida!

A chuva decide seguir meu coração

E bate mais forte no corpo da terra

Modorra meu ser sem reação

Esse amor que mais parece uma guerra!

É momentosa a sensação

De ser um com o universo

Me falta apenas no coração

Teu amor pra rimar os versos

Sem esse amor, nossos corpos são sepulcros

De almas que morreram em silêncio

No frio orgulho

De um viver boêmio!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 09/09/2009
Código do texto: T1801660
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.