Mosaico
Teus olhos bailando a tarde,
Mil cores luzindo ao acaso
Colorem em vermelho o ocaso
Vermelho, vermelho que arde.
Teu curpo fazendo alarde
Alinha o truncado e o inteiro
Tua boca, teu lábio estangeiro
Confinam o infinito a uma parte
Em volta, derretem-se faces,
Mais cores, milhões de aquarelas,
Teu nome pintado nas telas,
Teu rosto, miragem, miragem.
Meus olhos, gentis, descuidados,
Sem graças, sem dó, nem alento
Encontram, perdidos no vento
Teus olhos, azuis-constelados