Maria das hastes delgadas
(Dedicado a Mario Sotto)
Desconcertei-me
Com as palavras
E desviei
Serpentinamente
Meus olhos
Teu brilho
Ofuscou-me
Que ave-maria
Fiquei pensando nisso
O dia inteiro...
As tuas pernas
Sim! Hastes!
Delgadas
Longas
Pareciam não ter um inicio
Um fim...
Que tu não imaginaste
Mas eu talvez
Deveria supor que elas
Fossem um leve indicio
Desse meu despertar
Sedutor por ti
E como eu gostaria
De falar olhando
Nos teus olhos formosos
Que meu dia só raiou
Quando viu no teu rosto sutil
Se abrir um sorriso encantador
Que ave-maria!
Homem nenhum resistiria
Ser exposto ao paraíso
Ao esplendor
De uma mulher
Tão bela assim!