A pedra
Na face à nobreza de quem sabe amar
No olhar a beleza do sonho infinito
A procura de emoção, no caminhar
A serenidade de quem não tem pressa,
Na longa e espinhosa vereda do sertão.
Na sombra da grande aroeira descansa
Como se dormir fosse para não mais
Acordar, resistindo ventos temporais
Sem o poder de nem em sonho voar.
Se encosto-me em ti na ribanceira rola
Se ti fricciono dá fogo, o machado
Que em ti deslizo amola para em sonho
Mau-olhado e pensamento ruim cortar.
Em ti esculpe figura o artista, de ti
Faz a calçadas o grande pedreiro
Te quebram e te esfarinham as máquinas
Para suportar o grande calor das lareiras.