A pedra

Na face à nobreza de quem sabe amar

No olhar a beleza do sonho infinito

A procura de emoção, no caminhar

A serenidade de quem não tem pressa,

Na longa e espinhosa vereda do sertão.

Na sombra da grande aroeira descansa

Como se dormir fosse para não mais

Acordar, resistindo ventos temporais

Sem o poder de nem em sonho voar.

Se encosto-me em ti na ribanceira rola

Se ti fricciono dá fogo, o machado

Que em ti deslizo amola para em sonho

Mau-olhado e pensamento ruim cortar.

Em ti esculpe figura o artista, de ti

Faz a calçadas o grande pedreiro

Te quebram e te esfarinham as máquinas

Para suportar o grande calor das lareiras.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 07/09/2009
Reeditado em 07/09/2009
Código do texto: T1796787
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