Paixão não é coisa de justos
Justiça é a Lei, não de advogados,
mas da morte, que se coloca como tabu,
do qual não podemos ultrapassar,
coibindo nossa carne, tornando o vivo puro abutre.
A vida é diferente, tem costume, tem cheiro,
tem alegria, tem tristeza.
Se morte fosse interessante, nasceríamos cadáver.
Defunto é coisa horrenda, que quando não corremos, nos corroemos.
Vida, é sol, que brilha e irradia luz.
Morte é a pena, que indica e diz que não podemos tudo.
Quem quer poder, já nasce perdendo.
Já nasce, perdido.
Vida, é obediência, sintoma da simplicidade.
pessoa do interior é cheia de graça,
porque não esfola a civilização,
apenas se submete na união.
Compartilhar é uma lei, não coleguismo universitário,
de pobres, que não tem o que falar, e só falam o que não se devia falar.
brigam como corajosos, mas no fundo são covardes,
pois brigam com a vida, de onda a morte só espia.
Compartilhar não é coisa de partido político,
menos ainda de se engessar em igrejas,
clamando por Deus, porque o demônio lhes perturba,
é isso, sim, muito mais sinal de culpa.
Viver ou compartilhar é tarefa da criança,
que na ciranda, onde todos pulam,
a pedra só é atirada pra brincar,
e não se atira pra apedrejar,
porque aí, já é brigar.
Viver é levar em conta cada passo,
não é tropeçar nas palavras,
porque elas não foram feitas do fogo,
e não devem ser incendiadas por mal-ditos lugares,
devem sim, ser expressadas,
com amor e ternura.
Paixão, não é coisa de sexo,
nem de gênero que intelectual só vive expurgando,
paixão é coisa, que não é coisa,
porque ela é: a nossa coisa.
e nós somos a coisa da paixão,
e, portanto, dela devem vim sempre uma visão.