Lascivamente
Sou uma sombra que vaga descuidada
Não tenho sua carne em meu seio
Falta a calma que invoca os amantes
Mas deixo a vida transparecer que creio.
Suas mãos contornam a linha dos meus passos
Traduzem a raridade e a beleza da palavra
Lascivamente suas asas me cobrem
E minha lágrima torna-se branda escrava.
Um instante de silêncio, culpa e dor
Uma pressa por perdão e sussurros
E tudo que vi não tem importância
Só sua imagem de amor.
Sigo todos os rastros de estrelas altas
Tocando seu rosto tranquilo, permanente
Passando os dias vazios a esperar contente
A suave troca entre nossas almas.