UMA QUIMERA
Hoje te encontrei oh! Amor – que felicidade
Faz tempo que contigo não falo
E no meu peito restou a eternidade
Sofrendo, murmurando aos embalos.
Pois ainda a amo, a quero.
E por ti vivo a pensar, a lamentar.
Sofro como a eternidade em desespero
Que não encontra alguém para amar.
Mas hoje sorri tudo. Tudo de novo para mim.
As flores, o sol, a minha terra – meu lar.
Até o meu cantinho no jardim
Que era triste e mudo voltou a falar.
Talvez seja o amor – esta quimera
Que qualquer um há de viver.
Talvez seja por isto que meu ser se desespera
Por este amor – coisa gostosa de sofrer...
(poesia resgatada de 1975)