Despi-me de mim...
Despi-me de meus sonhos de menina
E esvaziei-me de mim...
Sou como o pássaro canoro
Que canta sem saber mais para quem...
Olho para o passado: Já o vivi!... Está bem...
Não almejo futuro: não se pode contar com o que se não tem!...
Neste momento invade-me uma Paz infinita
E a certeza de que a vida é bonita
E que espero por alguém...
- E que esta espera faz a vida mais bonita...
Meu rosto está sem maquiagem
E deixei crescer de novo meu cabelo...
Não quero ser rainha nem escrava,
Apenas quero repartir a vida com alguém...
Banhar-me em olhos muito límpidos
E ouvir risos e cantos de uma festa
Pois estou no tempo de não mais chorar...
Doar-me em amor e em carinhos
Para aquele que souber me desvendar...
Servir as taças de cristal com vinho tinto
E ao piano tocar...
E deixar-me levar pelas notas musicais
Ao momento presente que se faz...
Viver o hoje... Com o que foi e o que será
Não mais me preocupar...
Não ser irresponsável nem inconseqüente,
Mas não mais chorar...
E que a Vida me seja dadivosa
Pois quero apenas cantar...
Abrir os olhos, olhar à minha volta
E não mais esperar, desesperar...
Viver o agora como o presente mais bonito
E dádiva de Deus...
E perceber onde meus olhos fito
Para nunca mais dizer “Adeus”...
Mas o coração fechei, como sacrário,
E fora a chave joguei, para bem longe...
Onde?... Nem mesmo eu o sei...
- Busca-a... Talvez a encontres no meio do cenário...
Mas só um Alguém muito especial
Conseguirá em mim esta façanha...
Porque nenhum outro conseguiu...
- Lá se instalou um Rei...
Muitos tentaram, mas jamais puderam...
Nem eu os deixei!...
Se quiseres tentar, eu não te impeço...
- Mas em nada te facilitarei...