Sei que sofres tanto quanto eu...

Sei que sofres tanto quanto eu...

Sei quando choras - a minha alma sente...

Sei quando te alegras... Um vento mui dolente

Coloca em minha face um beijo terno e quente...

Assim como o destino bondoso, nos uniu,

A fatalidade a nós distanciou...

Tens teus compromissos... Tenho eu os meus.

A mesma vida uniu e a mesma separou...

Dos meus pés ficam rastros de tristeza

Mas onde caem lágrimas, também só nascem flores.

Pequeninas, simples, de pouca atenção...

Só as vêm notar quem perde seus amores...

Juntos, sem o estar, banhamo-nos na fonte

Da eterna juventude a que o Amor nos traz...

Somos prisioneiros e livres para amar...

Ah! Quem nos pudesse a vida ainda vir salvar...

Somos tão unidos, de alma e coração...

Mas tão separados!... O que a vida fez?...

Juntou-nos lado a lado sem nunca perceber

Que linhas paralelas só se encontram no Infinito?...

Há dias que preparam a vinda de outros dias

E noites que encaminham o amor para outras noites...

- A nós mais nada mais resta, só a espera do Infinito...

Tu sofres e eu sofro procurando fontes

Onde jorre a Felicidade perdida, de outros dias,

E a água cristalina banhe-nos as frontes

Saciando de amor as nossas nostalgias,

Aplacando o clamor da paixão que extasia...

Fazemos parte das histórias impossíveis

De amores não realizados mas também não vencidos...

Como Abelardo e Heloísa, vivemos separados,

Como Romeu e Julieta travestidos...

- Mas nesta noite apenas o amor brilha!

Povoa os meus sonhos, ó meu querido amor!

E, como se contam, nas lendas impossíveis,

Que em nossos sonhos jamais nos fale a dor...

Podemos dormir distantes, sossegados,

Sabendo que ninguém ocupará o coração

Que temos um ao outro, ofertado

E que a fidelidade para nós é opção...

Não temos juramento, cadeias ou prisões,

Há a liberdade que decorre deste amor

E que todo o dia nos torna mais fiéis

Porque nos pertencemos, apesar de outros grilhões...

Nesta madrugada chove... Estamos lado a lado

Separados por ameias e muros do passado

Mas nada destrói o nosso amor assim:

Vivo para ti e vives para mim...

E as gotas de chuva que escorrem na janela

Buscam uma à oura, em linhas paralelas,

Até que se encontrem numa gota só...

Tornam-se mais fortes e escorrem juntas...

Assim seremos nós... No momento derradeiro

Iremos encontrar-nos: será o paradeiro,

A última estação deste trem da vida...

- Dá-me a tua coragem! Dou-te a minha Fé!...

Lá bem longe, muito além do Arco-Íris,

Há um lugar que só quem ama pode entrar:

Lá todos os sonhos de amor se realizam...

Lá, certamente, nos iremos encontrar...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 04/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1791588
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