Choro secreto
Porque me deito em outras eras a cogitar
Em que feliz brinquei, era de estimação,
Sugere-me ter sido outros campos
Sugere-me ter sido vida distinta.
E a minha melancólica boca dolente,
Que antes gozava do riso das três-marias,
Matiza os renques atinados e rígidos.
E no abandono fico esquecido de repente!
E admirando o impreciso fico meditando
Aceito duma represa a doçura serena.
De cenobita de pérola a minha face
Meu choro cândido e plácido,
No espírito ninguém mais vê nascer
No coração ninguém pode ver chorar!