MAR ABERTO

.

Debrucei-me na varanda da lua

E afastei com um sopro leve

As densas nuvens gris

Que pesavam-me o pensamento

(Retirado o espesso véu

Pude, enfim, colher estrelas dos olhos teus)

.

O mar abriu-se e ondas desencadearam

A marolar pelo teu rosto tão sereno...

Então, minha língua, qual anzol em mar aberto,

Serpenteou por tua desmaiada boca

E tragou meu nome num só gole.

(Lena Ferreira)