OLHAR MISTERIOSO
Estranho olhar que acaricia
Parece remédio que vicia
Minha alma... Inebria
Ora se acalma... Por vezes se assanha
Porque me afunda em ilusões
Quando ausente sinto depressão
E desejos intensos... Às vezes santos...
Noutras profano me ufano de ti em prantos
Estranho olhar que cobre
Todos os meus sonhos,
Até os impossíveis e tristonhos
Que fico maluco e medonho
Ignora todos os meus pensamentos
Caio num turbilhão a cada momento
E faz-me cair no abismo da fantasia
E fico a perguntar-me: ‘até que dia’?
Olhar louco, fatal
Ternura sensacional
Que tiras a vontade do meu corpo,
Intruso, querido e voluptuoso
Que me faz viver momentos
Propensos ao maior e melhor amor
Dotado de pura divagação...
A acelerar minha excitação
Estranho olhar que alimenta
A tudo em mim sustenta
Este meu estado interior,
Numa febril anestesia e torpor
Quebra tudo o que existe em mim
Bagunça do princípio ao fim
E faz-me alucinar... Deixa-me sem palavras...
Imóvel, inerte, quase sem memória
Estranho olhar que perfura
O meu íntimo deixando-me sem saída
A refletir encontros e despedidas
Ah! Mulher da minha vida
Não o deixes partir pelo ar
Não vais embora olhar
Que me fala de paixão...
Percebes a tua sedução?
Olhar que desmorona meu mundo...
Fica... Por favor, fica... Aqui dentro
E acaba o que começaste
Reconstrua outras primaveras
Repousa em mim para sempre o teu brilho
Dueto: Catarina Camacho e Hildebrando Menezes
Veja o poema em vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=N75Y-hLAtNM&feature=email