D’além mar...
Da praia olhei o mar
sem água ver.
Um mar mora em meus olhos,
secos de alegrias, cheios de estradas,
por onde tudo vai embora.
Fica apenas o meu olhar cheio do vazio,
onde o horizonte resolveu morar
zombando de minhas retinas molhadas.
Eu vejo o que não vejo,
sinto o que tu sentes,
amo o que só eu sei amar.
Quando voltares a amar-me, já será tarde.
Descobri que depois dos mares moram as estrelas
e que tu já foste um sol,
hoje derretido e sem lençol
ou mar que eu veja.