Calou-se... e assumiu o riso...
Calou-se... Ele não disse nada.
Lágrimas rolaram pelos olhos antes tão alegres...
Ele virou as costas e se foi na curva de uma esquina
E ela ficou ali, como hipnotizada...
Como conseguem os homens “descartar” o amor
Para então viver uma vida tão cinzenta?...
Ela ficou muda, não deu um só gemido...
Ele foi embora, deixando-a com a dor...
Então ela sentiu o peso da tristeza,
Sentiu o gosto amargo de sua solidão...
Toda a sua espera tinha sido em vão
Nem mais lhe escrever, ele escreveria...
Não maldisse a vida: foi sua a opção...
Procurou não ver o que era previsível...
Ele não quis mais machucar seu coração...
- Mas alguma dor maior ainda a atingiria?...
Levantou-se: um sorriso colocou no rosto
E um brilho novo a iluminaria...
Foi a morte de um sonho, a morte de um amor
Mas que, para sempre a acompanharia...
Sem entender, secando suas lágrimas
Saiu a esmo pela noite densa...
- Por que seu amor ele rejeitaria?...
Sentiu-se rastejante... Mas recomeçaria...
As máscaras gregas têm lá suas vantagens...
Colocou no rosto a que era a da alegria...
E em seu sorriso, jamais se percebia
As lágrimas de sangue que o coração vertia...
- Mas à noite... A máscara caia
E um rosto de dor aterrorizaria...