Calou-se... e assumiu o riso...

Calou-se... Ele não disse nada.

Lágrimas rolaram pelos olhos antes tão alegres...

Ele virou as costas e se foi na curva de uma esquina

E ela ficou ali, como hipnotizada...

Como conseguem os homens “descartar” o amor

Para então viver uma vida tão cinzenta?...

Ela ficou muda, não deu um só gemido...

Ele foi embora, deixando-a com a dor...

Então ela sentiu o peso da tristeza,

Sentiu o gosto amargo de sua solidão...

Toda a sua espera tinha sido em vão

Nem mais lhe escrever, ele escreveria...

Não maldisse a vida: foi sua a opção...

Procurou não ver o que era previsível...

Ele não quis mais machucar seu coração...

- Mas alguma dor maior ainda a atingiria?...

Levantou-se: um sorriso colocou no rosto

E um brilho novo a iluminaria...

Foi a morte de um sonho, a morte de um amor

Mas que, para sempre a acompanharia...

Sem entender, secando suas lágrimas

Saiu a esmo pela noite densa...

- Por que seu amor ele rejeitaria?...

Sentiu-se rastejante... Mas recomeçaria...

As máscaras gregas têm lá suas vantagens...

Colocou no rosto a que era a da alegria...

E em seu sorriso, jamais se percebia

As lágrimas de sangue que o coração vertia...

- Mas à noite... A máscara caia

E um rosto de dor aterrorizaria...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 02/09/2009
Reeditado em 03/09/2009
Código do texto: T1787988
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