Nosso amor ainda era
o mesmo...

Hoje você  parecia  uma  abelhinha  me  picando
mas eu não estava nem ligando pois te conhecia
pelo menos o suficiente para não me aborrecer.

O importante é que o sol estava batendo bem forte
sobre nossos corpos estendidos nas areias alvas
da enseada do Perequê onde íamos quase sempre.

Hum...teu corpo não era branco...era todo dourado,
porque você adorava estar de biquíni se mostrando,
porque se uma mulher sabe que tem um belo corpo,

sem dúvida, não vai escondê-lo sob um maiô fechado.
E eu te olhava estirada de costas sobre a fina esteira,
e me admirava dessas tuas formas sinuosas e belas.

Teu tempo era como se não tivesse chegado a loba,
 pois  a  juventude  de  teu  corpo  era mesmo inegável
e chamava a atenção de todos os passantes da orla.

Hum...não é que me sentia cheio de orgulho disso,
porque havia me habituado a sentir outros orgulhos,
aqueles que pertenciam mais ao  tipo  realizável.

Havia  momentos  em  que  uma  ponta  de  orgulho
me alcançava quando alguém passando, assobiava
aquele  fiu fiu  que  não  podia  deixar  de assoprar.

Uii...você  era  mesmo  uma diva no meio de poucas.
Hum...e você sabia disso muito bem...e se mostrava
todinha para que fosse percebida como uma modelo.

Estava  pensando  tudo  isso  deitado  ao seu lado
quando ela se virou e pediu que lhe passasse mais
óleo protetor...porque o sol estava mesmo forte,

e se não se cuidasse poderia mesmo queimar feio.
Fui passando levemente esse protetor aos poucos
e sua pele estava quente demais quando a tocava.

Ela me fazia lembrar uma foquinha tomando seu sol.
Quando estava passando o protetor nas suas coxas
ela começou a rir...dizendo: pára, ai que cócegas !

E eu sempre me esquecia que ela sentia cócegas.
Curiosamente ela não sentia cócegas em seus pés.
Ou seja: ela sentia cócegas nas coxas e eu nos pés.

Éramos completamente diferentes no sentir cócegas.
Entretanto, isso não interferia muito em nossa paixão
porque era até bom rir um pouco no auge do amor,rsrs.

Hum... fazia tempo que a gente não tinha se visto,
porque  um  dia  ela  simplesmente sumiu de vista,
até de repente  aparecer  de  novo   como se nada .

Claro  que a  minha  querida  estava  feliz  de  voltar,
e eu também não podia dizer que não...sem dúvida.
Deitados ali ela foi me mostrando suas últimas fotos.

Hum...uma  delas  me  chamou  muito  a  atenção.
Era uma foto com o mesmo biquíni que estava hoje.
Branco com estrias pretas...hum...que elegância !!!

Enquanto admirava suas belas  pernas nas fotos,
passou um sorveteiro...oferecendo seus sorvetes.
Quando me dei conta    ela  já  havia  pego  a  bolsa

e como todas as mulheres essa bolsa estava lotada.
Para facilitar, porque era muito prática, virou-a  sobre
a esteira para achar  a  bolsinha  e  nisso não só saiu
 
a bolsinha...mas uma quantidade enorme de coisas.
O sorveteiro recebeu o dinheiro e seguiu adiante...

Chupando esses sorvetes sob um sol mesmo forte,
acabei me convencendo de que a vida era bonita,
porque existiam momentos especiais  como esses.

Depois...terminados os sorvetes chupados a dois,
fomos até o mar para lavar as lambuzadas mãos.
O mar estava calmo...as ondas rolavam lentamente.

Bem...em seguida seguimos caminhando pela praia,
e nossas mãos se buscaram quase instintivamente.
Era muito bom caminhar com ela... esses momentos,

que iam crescendo em nós com mostras de felicidade,
e a certeza de que mesmo tendo havido uma ausência,
o nosso carinho continuava do mesmo jeito de sempre.

Ou seja: nosso amor ainda era o mesmo.
Hum...e a gente se gostava demais.
Que dia lindo de sol !!!

 

 

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Poesia que fiz em 31-08-09 às 21.00 h em SP
Lua crescente – sol intenso – 26 graus
Beijos e abraços para você...Boa terça... [love]
cseagull2@hotmail.com
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