Rua extensa
A rua onde moro é extensa, tem Deus
De todas as cores, rio e arvore castigados
Por nós mesmos, casas de alvenaria,
Barracos cujo telhado espelha a luz do dia,
Gente feliz e gente passando horrores.
Nas calçadas tem gente vendendo tudo,
Até ilusão, a dignidade foi vendida
A Deus ou ao diabo, aqui se o horizonte
Embeleza com o por do sol há emoção
E muitos acham que a luta foi vencida.
Quando a noite desce seres estranhos
Aparecem, me amedrontam, me reprimem
Os sonhos de liberdade; e um velho toca
Uma gaita para alegrar a luz cidade.