Alinho os versos em linhas que talvez não leias
Invento-te no meu traçar alquebrado da poesia
Encarcero-te em brumas, na ternura da melodia
Em soprano, canto em teus ouvidos, o amor que abrigo.
Antecipo assim o ritual que precede tua seduzida chegada
Inda que pareça apenas memória... na lembrança enluarada.
Porque insisto em te levar comigo, em atônito desatino,
Afogo então os temores e prossigo... o rito.
E percebo-me desejosa, ardilosa e dissimulada
E a pele denuncia a carícia que tu aguardas
Arrepiada, macia, doce... de rosas, perfumada.
E desdobro-me alerta... nos cinco sentidos
Sinto-me acesa ...todos os meus gestos resignifico.
E esse rito escorre no caminho que me deste
Nas correntezas desse desejo que nos entorpece.
E teu cheiro aspiro... no roçar das cortinas, as alvas organzas
Perscruto a tua chegada, no som amoroso que emanas.
Recebo-te no meu olhar azul que te chama
Na pele ardente que te acaricia e te inflama
No morango dos meus lábios que saboreias
Nos sons de gozo que sussurro enquanto o fogo me ateias.
E consumado enfim o rito...inicia-se, do Amor...o ato infindo.
Karinna*