A tarde cai e o silêncio é profundo...

A tarde cai e o silêncio é profundo...

Escondo-me: não quero que me vejas...

És, ao mesmo tempo, o meu amor

E o meu mais cruel torturador...

- Serás ainda o meu predador?...

- Por quanto tempo lembrarás da tua flor?...

Trazes as mais profundas alegrias

No amor que me dedicas com paixão...

Mas sinto-me como frágil andorinha

Nas garras do falcão...

A Vida...

Há a vida sempre arma-nos peças!...

Emaranhados de sonhos, estilhaços,

Caminhos sem volta e grandes labirintos...

- A moeda tem sempre duas faces...

Há decisões que fogem... Nos escapam,

Amarrando-nos em imensas correntezas

Os pés e mãos, trazendo-nos quais presas

A correntes que pra sempre durarão...

São pedras que nos puxam para o fundo

Enquanto as mãos não conseguem se soltar;

E não saímos nunca do lugar...

A água nos engole... A superfície

Gostaríamos de até lá chegar... Mas é impossível...

Então eu me escondo do jeito que mais posso,

Para que não venhas jamais a me encontrar...

Antes sofrer, afogada nesta águas,

Do que ver o teu sorriso, meu amado,

Desaparecer ante um peso a carregar...

- E um dia, ao andares nas campinas,

Procura um caudaloso rio que segue o luar...

E numa noite de brilho, ouvirás,

Um lamento que te fará lembrar

Que um dia tiveste uma flor...

Efêmera, talvez... Tão simples, que te amava...

...E que tu a tiveste de deixar...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 29/08/2009
Código do texto: T1781628
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